Apego Material
- Marina Ruiz
- 18 de set. de 2024
- 3 min de leitura
Atualizado: 4 de nov. de 2024

Vamos por parte. Primeiramente, o que é apego material? Apego material é quando você supervaloriza algum bem. O problema da supervalorização é que sentimentos como tristeza, frustração, inferioridade, ciúmes e até mesmo inveja podem dominar você a tal ponto que te faz tomar decisões financeiras impróprias.
O apego é criado em nós quando temos crenças muito embasadas em status e poder. Crenças essas que fazem você se sentir bem, realizado e importante se você tem status e/ou poder diante de um grupo (família, amigos, profissionais, sociedade). Os pensamentos oriundos desse tipo de crença é aquela voz que te diz: “se você não tiver aquele carro, você vai ficar por baixo hein?!”. “Você precisa ter aquela bolsa da moda, como sair com as amigas sem ela? Além disso, com ela você ficará muito mais bonita”.
E aí vem a questão: você pode decidir pela compra não porque você de fato precisa, mas para aliviar uma dor de tristeza por não ter, para não se sentir inferior a quem tem ou para chamar a atenção e se sentir importante diante de um grupo. Para aliviar dores de frustrações, ciúmes e até mesmo inveja. Veja que a supervalorização gera uma necessidade sentimental e negativa e não uma necessidade real como por exemplo: minha bolsa está velha e preciso trocar, então vou abrir mão da antiga e comprar outra.
Chegamos num ponto que sempre gosto de enfatizar: não é somente uma questão de ter o dinheiro para pagar. É uma questão de valores, autoconhecimento e controle mental. É claro que quem não tem dinheiro ou sempre gasta mais do que aquilo que ganha só vai piorar a situação, pois além de alimentar crenças, pensamentos e emoções corrosivos, irá prejudicar o fluxo do dinheiro, a Lei do Dinheiro e, obviamente, a sua vida financeira. Para quem tem muito mais dinheiro entrando do que saindo, se esses valores não forem equilibrados, mesmo não fazendo a menor diferença aquela compra em termos financeiros, em algum momento um vazio infinito vai bater na porta.
Então o caminho é abrir mão de todos os sonhos e desejos? Claro que não, porém esses sonhos e desejos não podem definir a sua felicidade. Por exemplo: se o fato de você não poder viajar para o exterior todos os anos te deixa muito triste, frustrados por não se sentir capaz de ganhar e/ou guardar dinheiro suficiente para isso, traz um sentimento de inferioridade, ciúmes ou inveja porque o seu vizinho não só viaja uma vez ao ano, mas sim uma vez por mês - então você está muito apegado a viagens. Tenha como meta “viajar uma vez por ano” e faça o seu melhor, sempre. Em paralelo admire e curta as suas ações e tudo o que você tem agora. Amanhã as viagens virão, e você não será mais ou menos feliz por causa disso. Certamente te trará muito bem-estar, sentimento de conquista e alegria. Uma sugestão, quando elas chegarem tenha verdadeira GRATIDÃO.
Mas aqui e agora, não se sinta triste por não ter a viagem e sim tenha GRATIDÃO por tudo o que você tem nesse exato momento. Se você não sair desse ciclo de insatisfação e apego, quando chegar a viagem, você terá ingratidão e a mesma tristeza, pois provavelmente já terá um outro apego material o qual ainda não estará disponível para você.
Identifique os seus apegos materiais. Não abra mão de sonhos ainda não concretizados, mas também não deposite a sua felicidade neles. Felicidade é o aqui e agora, é o que já conquistamos e temos agora (principalmente aquilo que não tem valor material), inclusive com os desafios de hoje. Todos nós temos desafios hoje e sempre. Sonhos são objetivos que podemos ou não alcançar, isso dependerá de infinitas variáveis, principalmente de você.
E o dinheiro? O dinheiro não tem culpa de nada, ele é só um veículo dirigido por você.
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